sábado, 30 de março de 2013

Caixas

Descobri que caixas são seres vivos, reproduzem-se, geram-se espontaneamente, nascem e enchem-se. Abro uma, vejo uma nova, fechada e cheia. Em cada uma, histórias, dores, alegrias, amores, risos, rancores, coisas mortas, coisas esquecidas, coisas perdidas, surpresas boas e más, pessoas boas e más, pessoas que já se foram desta para melhor, ou para pior, pedaços e cacos de uma vida inteira.
As mudanças dão trabalho, mas nos lembram que temos o que não lembrávamos, que temos o que não precisamos. Ao limpar as caixas de seus conteúdos, limpa-se a própria alma, relê-se a própria história, renasce-se... assim como fazem as caixas.