sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O vazio do tempo vazio

O vazio do tempo vazio.
Tudo congela.
Não, tudo anda.
Nós é que congelamos.
Tudo anda sem nós.
Tudo anda mais rápido,
e nós congelados.
Assisto a tudo da janela.
Meu corpo inerte,
uma múmia.
O tempo passando sem mim.
Um pedaço da vida indo a cada minuto,
um pedaço da morte se antecipando a cada instante
que é passado sem mim.
A vida que descola do tempo.
O tempo que passa ao largo da minha vida.
O tempo que assisto da janela,
que só corre por fora dela.
Aqui dentro tudo parado,
apenas eu, inerte, morto, estático.
E a vida lá fora prossegue.
Os tempos lá fora preenchidos.
Aqui dentro o tempo cheio apenas de um grande vazio.
Melhor dormir
e não ver o tempo passar lá fora sem mim,
e nem eu passar o tempo aqui dentro sem ti.

2 comentários:

  1. Tudo parado, inerte, morto? Engano. Acabo de ler um protesto. Talvez te sintas entregue ao tempo sem direcao, mas você resiste e reclama. Sim, esse foi um ato de revolta, um pedido se socorro, mas acho só contar consigo.
    Já assistiu "My Life Without Me"? Indico. É bom te ler, agradeço.

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  2. Mortos nao falam e nem escutam. Tampouco escrevem contos.

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