
Como estava adorando o livro desde suas primeiras páginas, busquei na internet algumas referências e descobri que o livro figurava em algumas listas dos melhores romances do século XX, e que Jack London era um romancista bem conceituado. E não é sem motivo.
“O chamado da floresta” é um livro curto, de apenas 137 páginas nessa edição de bolso. Traz uma história muito bem escrita sobre um cão que é raptado e vendido para exploradores do Alaska. Forçado a trabalhar como cão de trenó, Buck, mestiço de um São Bernardo com uma pastora Shetland, era um cão robusto, porém manso, que aos poucos, por necessidade, desenvolve seus instintos mais selvagens, como única forma de sobreviver aos rigores de sua nova vida.
London nos mostra que cães e homens são capazes de extrair de si próprios forças e habilidades que em condições normais nunca se mostrariam. É a história da superação do indivíduo, humano ou canídeo, quando submetido a uma terra sem lei, no estado de natureza (nos dois sentidos da expressão). É um típico romance de aventura, recheado de elementos de tensão, violência, mas também companheirismo, determinação e afeto. Como era de se esperar, toca na questão da relação entre homens e cães, às vezes de submissão, às vezes de exploração, às vezes de amor incondicional. Fala do bem e do mal, do justo e do injusto. É um livro que toca o coração não apenas de quem gosta de cães, mas também de quem nunca teve ou quis ter um em casa.
Quem o ler, perceberá quão tênue é a fronteira entre a vida selvagem e a nossa vida “civilizada”.
De leitura fácil e agradável, recomendo também a jovens e adolescentes.